Mais de 20 mil desses alunos – inclusive Sabrina, Igor e Camila – estão vinculadas ao Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), parceria com o Governo Federal. As outras são oferecidas através do Programa de Educação Profissional (PEP), iniciativa do Governo de Minas, que só em 2012 abriu 30 mil vagas.
Gerido, em Minas Gerais, pela Secretaria de Estado de Educação, o Pronatec chegou à rede estadual mineira no ano passado e, em um ano, quase dobrou o número de alunos: em 2012, 10.225 faziam os cursos técnicos no contraturno, em sete cursos de 173 municípios. Em 2013, esse número subiu para 21 mil alunos, de 16 cursos ofertados em 267 cidades. Além da continuidade do trabalho iniciado no ano passado, esses números mostram mil novas vagas foram abertas.
Minas é o Estado que oferece o maior número de vagas em todo o Brasil e conseguiu dobrar o repasse que recebe do Governo Federal. Entre 2012 e 2013 passou de R$20 milhões para R$ 40 milhões. Isso não foi à toa, já que o próprio Pronatec nasceu, em 2011, a partir do trabalho já desenvolvido pela SEE com o Programa de Educação Profissional (PEP). “O Pronatec foi criado pelo Governo Federal à luz no PEP. A secretária apresentou a proposta ao Ministério da Educação (MEC) e cada sistema faz a sua adequação e a sua organização, mas o pano de fundo do Pronatec foi a metodologia do nosso programa”, afirma a subsecretária de Desenvolvimento da Educação Básica, Raquel Elizabete de Souza Santos.
O dinheiro é usado para manutenção e aquisição de equipamentos para os cursos, pagamento de pessoal, transporte, merenda e material didático usado por professores e alunos. E, segundo Raquel Elizabete, a tendência é que Minas continue a crescer com o Programa. “A tendência é, a cada ano, oferecer mais vagas. Porque essa é uma modalidade que Minas precisa e a ideia é fazer, cada vez mais, os cursos concomitantes com o ensino médio, porque é onde nós temos menor evasão”, diz Raquel Elizabete de Souza Santos.

Pelo
PEP e pelo Pronatec, alunos do ensino médio podem fazer cursos
técnicos, como o de informática, em suas próprias escolas. Foto: Amanda
Lelis
No início, Sabrina, que está no 2º ano do ensino médio na Escola Estadual Intendente Câmara, em Itabirito (região Central do Estado), não gostava do curso de Logística, mas hoje sua opinião é bem diferente. “O curso é bacana e qualquer estabelecimento precisa de um técnico de logística, que cuida do básico da loja, como o estoque”, conta a estudante, que se forma esse mês mas, antes disso, terá que fazer um estágio. Sua intenção é trabalhar na área quando terminar o curso.
Enquanto Sabrina termina o curso, Igor está só começando. Entre escola e trabalho, o jovem, que faz o 1º ano do ensino médio, ainda faz o curso de Contabilidade na Escola Estadual Raul Soares, em Ubá (Zona da Mata mineira). “Eu tinha vontade de fazer um curso técnico, até que apareceu a oportunidade de fazer um bom na escola e eu tinha tempo à noite. O diretor me falou sobre os cursos e, quando vi a ementa, me interessei pelo de Informática”, diz o jovem, que está empolgado com o curso que começou há pouco mais de um mês.
Camila também estuda Contabilidade, na Escola Estadual Marquês de Sapucaí, em Delfim Moreira (Sul de Minas). Apesar de não ter a intenção de continuar na área, acredita que o curso lhe dá base para outros estudos e tem até ajudado no seu planejamento financeiro. “Pretendo fazer faculdade de Ciências Atmosféricas. Apesar de não ter o objetivo de trabalhar com contabilidade, agora já tenho base para seguir outros estudos. Além disso, a contabilidade está em tudo na nossa vida. Com o curso, aprendemos a ter um olhar diferente para os gastos que temos em casa”, afirmou a aluna.
Logística e Contabilidade não são os únicos cursos que o Pronatec oferece. “Em geral, os cursos oferecidos são Informática, Administração e Contabilidade. Se a escola tiver demanda para outro curso, apresenta o plano de atendimento para a Superintendência Regional de Ensino e, dependendo, pode oferecer o curso. São sempre cursos que não demandam laboratórios especiais e podem ser oferecidos com a infraestrutura que a escola já tem”, explica o superintendente de Desenvolvimento da Educação Profissional, Rafael Morais.
Seleção
O processo de seleção do Pronatec nas escolas da rede estadual depende de cada instituição. Algumas podem selecionar através de uma prova, como um pequeno vestibular, ou matricular os alunos por ordem de chegada. A seleção fica a critério de cada escola.
Quem faz o ensino médio na rede estadual, mas está em uma escola que não oferece cursos, tem outra opção. A SEE também coordena a seleção para o Pronatec do Sistema S, como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). A duração dos cursos também é variável, com o mínimo de um ano, e a seleção é feita em conjunto com o PEP, através de uma avaliação.
Além da SEE, também há cursos do Pronatec oferecidos por escolas públicas federais.
Aulas nos Cesecs
A partir de 2013, não são só as escolas de ensino médio que ofertam os cursos técnicos. Desde o começo de junho, os Centros Estaduais de Educação Continuada (Cesecs) passaram a oferecer cursos técnicos a alunos do ensino médio da rede estadual de ensino do Estado. Essa foi mais uma forma encontrada pela SEE para atender às demandas dos municípios mineiros. No total, 46 Cesecs oferecem esses cursos a 1.557 pessoas. São oferecidos cursos de Informática, Contabilidade e Administração.
Os Cesecs terão mais uma novidade no ano que vem: os cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC), que têm duração mínima de 160 horas. Ainda não foram definidos os cursos que serão oferecidos, mas, como é com o Pronatec nas escolas, vai depender da demanda. Poderão se inscrever os estudantes que da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
PEP
A experiência da Secretaria de Estado de Educação em ensino técnico começou em 2007, quando foi criado o Programa de Educação Profissional. O objetivo do PEP é para prover educação profissional e formação técnica em nível médio, atendendo às demandas regionais e municipais, identificando e diagnosticando tendências do mercado de trabalho e necessidades de mão de obra e contribuindo para o desenvolvimento econômico do Estado. Entre 2008 e 2012, fora 89 cursos técnicos em 132 municípios e 100 mil alunos atendidos. Para que esse resultado fosse alcançado, foram investidos R$ 450 milhões. Em 2013, foram oferecidas 30 mil vagas em 51 cursos ofertados em 81 municípios de Minas Gerais e investimento de R$ 144 milhões investidos.
Brasil Profissionalizado
Outra vertente do Pronatec chega a Minas a partir do ano que vem. No Brasil Profissionalizado, o repasse do Governo Federal inclui a construção de escolas da rede estadual que vão oferecer a educação profissional e o ensino médio juntos, em tempo integral, como é feito nos Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets). 12 escolas já estão sendo construídas e outras três em processo de licitação. No total, estão garantidas 18 mil vagas em 15 municípios diferentes.
Fonte: www.educacao.mg.gov.br
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